
Lembro-me bem do dia que a vi pela primeira vez. Seu canto embalava a imaginação e os sentimentos dos que ali estavam presentes. O tempo passou e não mais nos vimos.
Estava eu sorrindo, despretenciosamente, quando, mais uma vez, nos cruzamos. Se dos nossos olhares pudessemos enxergar a trajetória da nossa vista, certamente, neste momento, poderíamos observar uma linha perfeitamente reta, como uma régua, dos meus olhos diretamente aos seus. Não duvido que meus batimentos cardíacos, assim como minha respiração, dentre outros sinais vitais, tenham se alterado em ritmo de euforia e festa, como se eles soubessem que algo de muito bom estava por acontecer.
Numa outra ocasião, disfrutando da beleza contida na beira-mar, versamos sobre pontos de vista, gostos, aversões, interesses, inquietações, sonhos e fantasias. Inevitavelmente, nossos corpos se atraíram, nossos lábios se apresentaram em suaves toques úmidos, embalados pelo azul do mar.
A cor da sua pele me remete ao calor sadio do sol. Seus cabelos encaracolados fazem minha mente girar em piruetas alegres e festivas. Seu largo sorriso acentua minha veemência, meu ímpeto, minha vontade de ampliar os horizontes em matizes multicoloridos. Sua voz ecoa no universo dançante que existe dentro de mim. Seus olhos me dizem o que quero ouvir, pequena imensidão.



